Sobre as responsabilidades do psicólogo e do paciente na terapia...

Sobre as responsabilidades do psicólogo e do paciente na terapia...




Apesar de ter algumas ressalvas em relação a série Sessão de Terapia, que segundo a minha ótica, exagera e estereotipa o analista, bem com o universo da psicanálise clássica, a história, vez por outra nos entrega momentos incríveis como esta citação da personagem Dora.


Numa cena de embate entre ela e seu analisando Theo, a psicanalista solta a pérola: "a gente não manda na vida do paciente", que, ao meu ver, ajuda a pensar e refletir sobre o papel do terapeuta nesta nova história que é buscada por quem está vivenciando o universo terapêutico.


Não é nossa função emitir ordens! Não nos cabe pressionar um paciente para enxergar as verdades e percepções do processo terapêutico. Tudo acontece dentro do tempo subjetivo de quem está sendo analisado.




Nosso papel é auxiliar e caminhar junto, mas, sem permitir que o nosso próprio desejo de ver o paciente melhorando, interfira na sua trajetória pessoal... O processo terapêutico é pessoal e intransferível!


E digo mais: vão haver momentos em que as limitações e questões do paciente irão afastá-lo da psicoterapia; haverá aqueles que dirão que não está vendo nenhum efeito; existirá os que buscarão se eximir da sua responsabilidade e colocá-la no colo do profissional e por aí se vai... Vários subterfúgios podem surgir no meio do caminho, fazendo com que o paciente fuja de si mesmo...


E o que estas palavras pretendem aqui é trazer uma reflexão, não só sobre o lugar do analista, como também sobre o lugar do paciente e da sua responsabilidade dentro do seu processo terapêutico.




Muitos desistem de dar continuidade em uma análise por diversos motivos e entre eles, os mais recorrentes são: o medo de mudar, a resistência de abandonar o "problema de estimação", apego inconsciente das próprias questões, a conquista de um alívio inicial das dores que o levaram ao consultório, aprisionamento psíquico de traumas e, assim, por diante...


E, independente do que levou a pessoa desistir, é preciso que respeitemos e deixemos que este alguém siga adiante na sua decisão... É importante alertar e dizer o quanto vale a pena derrubar as barreiras no caminho para continuar indo em frente, mas, ainda assim, não dá para obrigar ou exigir uma permanência... Se alguém que tiver que partir, que parta, mas, tendo a consciência de que está fazendo isso por sua própria conta e risco.


As vezes, faz parte do processo novos tropeços e outros mergulhos na dor para que realmente se valorize e enxergue o processo terapêutico tal como o é: um adentramento na própria alma e um mundo de ressignificações de si mesmo...




Fica, portanto, a sugestão: ao iniciar uma terapia, tente não desistir no começo, no meio e nem mesmo no final do caminho. Procure ser resiliente e busque entender que nosso inconsciente pode criar armadilhas para que permaneçamos no mesmo caminho de outrora...


Mudar dói, ressignificar dá trabalho e buscar por novos horizontes dá medo, contudo, vale a pena. Não faça como tantos, que desistem deste processo e optam por permanecer na mesma ou até mesmo, permitem o definhar da própria vida, por conta de uma inércia que a cada dia se torna mais difícil de ser enfrentada. 


Em muitos momentos o ser humano só aprende pela dor, mas, se você pode evitá-la e encurtar o seu caminho, por que não fazer isso? Sua vida emocional é preciosa e merece ser colocada sempre em primeiro lugar... Nada de deixar para depois! Pense nisso.


Jansen Santos Sarmento da Silva - Doctoralia.com.br


Psicólogo Jansen Sarmento

CRP: 05/38624

(21) 98337-2725

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