Homenagem do Dia das Mães e poesia de Carlos Drummond de Andrade
Foto extraída do site Pixabay
Tem momentos que as palavras nos faltam... Não por conta de bloqueio intelectual ou falta de inspiração, mas, porque todas as palavras do mundo não exprimem o que sentimos, de maneira, que qualquer texto por nós executados pode se mostrar distante e incompleto daquilo que queremos expôr para as pessoas que se darão ao trabalho de ler...
E escrever sobre o dia das mães me deixa com esse peso: uma responsabilidade gigante de deixar impresso o amor, respeito, carinho e admiração que sinto por minha mãezinha querida e por tantas outras que conheço, vendo nelas, cada uma a seu modo, a mesma gana, garra e paixão por seus filhos, que a minha tem por mim...
Amor de mãe não tem explicação: é a realeza dos sentimentos! É o ponto mais alto do amor! Por seus filhos, uma mãe mata, dá a própria vida e realiza até milagres... Mãe é coluna, esteio e apoio! Uma mãe de verdade merece honras e todos os adjetivos do mundo são poucos quando a mesma faz jus e este título sublime...
No auge dos meus 40 anos, com a maturidade conquistada e com os embates de gerações atenuados e os dilemas da juventude findados, falar sobre mãe ganha contornos e relevâncias ainda maiores: como realizar um texto, poema ou poesia tão próximo do que seja uma mãe de verdade?
Como deixar a escrita tão bela quanto a beleza que sinto no meu peito? Como trazer à luz tanto amor?Como escolher as palavras certas? Não sei se por falta delas, se é medo ou temor de não conseguir a perfeita tradução, opto por selecionar a poesia de um mestre de nossa literatura para homenagear minha mãe amada, dona do meu coração e de quebra, reverenciar tantas outras mulheres que merecem esse título tão nobre: mãe!
Jansen Sarmento
Para SemprePor que Deus permiteque as mães vão-se embora?Mãe não tem limite,é tempo sem hora,luz que não apagaquando sopra o ventoe chuva desaba,veludo escondidona pele enrugada,água pura, ar puro,puro pensamento.
Morrer acontececom o que é breve e passasem deixar vestígio.Mãe, na sua graça,é eternidade.Por que Deus se lembra- mistério profundo -de tirá-la um dia?Fosse eu Rei do Mundo,baixava uma lei:Mãe não morre nunca,mãe ficará semprejunto de seu filhoe ele, velho embora,será pequeninofeito grão de milho.
( Carlos Drummond de Andrade )
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